Robert Scott, Subsecretário de Estado Adjunto, do Escritório dos Assuntos Africanos
Dana Banks, Conselheira Sênior da Cimeira de Líderes EUA-África, Conselho de Segurança Nacional
Departamento de Estado dos Estados Unidos
Teleconferência Especial
Centro de Imprensa Regional de África
22 de Novembro de 2022
MODERADORA: Boa tarde a todos do Centro de Imprensa Regional de África, do Departamento de Estado dos EUA. Gostaria de dar as boas-vindas aos nossos participantes de todo o continente e agradecer a todos vocês por participarem desta discussão. Hoje, estamos muito satisfeitos por termos a companhia da Conselheira Sênior do Conselho de Segurança Nacional para a Cimeira de Líderes EUA-África, Dana Banks, e do Subsecretário de Estado Adjunto dos Escritórios dos Assuntos Africanos, Robert Scott.
A Conselheira Sênior Banks e o Subsecretário Adjunto Scott discutirão a agenda da próxima Cimeira de Líderes EUA-África que irá fortalecer as relações EUA-África e destacar o compromisso dos EUA com o Continente Africano. Eles estão a falar conosco de Washington, D.C.
Começaremos a teleconferência de hoje com um pronunciamento de abertura da Conselheira Sênior Banks e do Subsecretário Adjunto Scott. Em seguida, ouviremos suas perguntas. Vamos tentar responder o maior número possível de perguntas.
Como lembrete, a ligação de hoje está a ser gravada e, com isso, passo a palavra à Conselheira Sênior do Conselho de Segurança Nacional para a Cimeira de Líderes EUA-África, Dana Banks.
SRA. BANKS: Olá. Boa tarde aos colegas do continente. Obrigada, Tifany. Estou muito feliz por estar com vocês hoje para falar sobre nossos planos para a próxima Cimeira de Líderes EUA-África que tem o Presidente Biden como anfitrião.
O Presidente Biden convidou 49 Chefes de Estado africanos e o Presidente da UA a Washington para uma cimeira de três dias, o que realmente destaca como os EUA e as nações africanas estão a fortalecer as nossas parcerias a fim de promover nossas prioridades compartilhadas. A cimeira reflecte a estratégia dos EUA em relação à África Subsahariana, que realmente enfatiza a importância crítica da região para enfrentar os desafios que definem esta era.
Esperamos que alguns dos resultados sejam um reflexo aprofundado e expandido de nossa parceria de longo prazo EUA-África enquanto avançamos com nossas prioridades compartilhadas. Nosso objectivo é ampliar as vozes africanas para enfrentar de forma colaborativa os desafios que definem esta era e, realmente, enquanto aproveitamos o melhor os Estados Unidos, incluindo nosso governo, nosso sector privado, nossa sociedade civil e nossa diáspora, para elevar e capacitar instituições africanas, cidadãos e nações.
A cimeira está realmente enraizada no reconhecimento de que a África é um actor geopolítico chave, que está moldando nosso presente e moldará nosso futuro. Como sublinhou o Secretário Blinken quando viajou para a região no início deste ano, a África moldará não apenas o futuro do povo africano, mas do mundo. O Presidente Biden acredita que a colaboração dos EUA com líderes africanos, assim como com líderes da sociedade civil, empresas, diáspora, mulheres e jovens, é essencial para enfrentar esses desafios compartilhados enquanto aproveitamos as oportunidades, inclusive para aumentar a produção sustentável de alimentos; fortalecer os sistemas de saúde e combater a pandemia da COVID-19 enquanto nos preparamos para futuras pandemias; responder à escalada da crise climática; construir uma economia global forte e inclusiva enquanto fornecemos assistência humanitária que salva vidas; e fortalecer as normas e instituições democráticas globais e o estado de direito.
Com uma das populações de crescimento mais rápido do mundo, a maior área de livre comércio, os mais diversos ecossistemas e um dos maiores grupos regionais de votação nas Nações Unidas, as contribuições, parcerias e liderança africanas são essenciais para enfrentar os desafios que definem esta era. As economias e populações dinâmicas do continente realmente fornecem a base para um futuro brilhante para o continente e os Estados Unidos.
Por último, gostaria apenas de enfatizar que vamos nos concentrar no que faremos não apenas com as nações e povos africanos, mas o que nós – não apenas o que fazemos pelas nações e povos africanos, mas o que fazemos com as nações e povos africanos. E uma parceria robusta entre os Estados Unidos e as nações africanas é realmente vital para alcançar nossas prioridades compartilhadas, sejam elas a recuperação depois da pandemia e o fortalecimento dos sistemas de saúde, a criação de oportunidades econômicas amplas, a luta contra a crise climática expandindo o acesso à energia, a revitalização das democracias ou o fortalecimento da ordem internacional livre e aberta.
Com isso, passo a palavra para que Scott faça seu pronunciamento.
SCOTT: Óptimo. Obrigado, Dana. Olá a todos. Deixem-me dar uma olhada – ou deixem-me mostrá-los a agenda de três dias rapidamente. Como disse Dana sobre os principais objectivos da cimeira, teremos três dias de eventos que apoiarão todos esses objectivos e todos esses pilares.
O primeiro dia é o nosso dia de abertura mais amplo. Estamos a realizar uma série de fóruns – um fórum de jovens líderes africanos e da diáspora; um fórum da sociedade civil; e um fórum de paz, segurança e governação. Haverá discussões sobre clima e também sobre saúde.
O segundo dia é dedicado ao Fórum de Negócios EUA-África, é um dia cheio de oportunidades para empresas africanas e americanas reunirem-se e se encontrarem com delegações daquele continente.
E o terceiro dia é o dia dos líderes, obviamente, com o Presidente Biden e chefes de delegações e Chefes de Estado do Continente Africano.
Deixem-me focar um pouco no primeiro dia. Acho que o que estamos a ver aqui é uma oportunidade de ter o maior número possível de pessoas-chaves envolvidas na discussão. Um dos eventos que considero extremamente interessante e importante, e que gerou algum interesse pelas suas perguntas online, é o Fórum de Jovens Líderes da África e da Diáspora. E deixem-me falar disso rapidamente.
Como sabem, a União Africana identificou a diáspora africana como a sexta região da União Africana. E também vemos a diáspora como um grande recurso e oportunidade de engajamento aqui. Portanto, este evento no primeiro dia reunirá líderes jovens, a sociedade civil, actores políticos, pessoas criativas e envolvidas com a questão climática e em outras áreas. Acho que o que estamos a ver é muito interesse no evento. Deixem-me apenas apontar que uma das áreas – haverá uma sessão especial sobre educação, uma sessão especial sobre criatividade e uma sessão especial sobre clima e energia.
Gostaria de focar rapidamente na criatividade. Como vocês sabem, a indústria criativa está a tornar-se uma parte cada vez mais importante do PIB no Continente Africano e aqui nos Estados Unidos. E reunir actores do Continente Africano com seus pares aqui nos Estados Unidos é uma oportunidade maravilhosa de criar sinergias e fazer com que esses grupos trabalhem juntos e colaborem na música, na moda, na cultura. E esse é um grande resultado que pode vir desse evento.
O segundo, bem rápido, é o fórum da sociedade civil. Mais uma vez, estamos plenamente conscientes do facto de que o – chamamos de megafone da governação– não é apenas aquele que está nas mãos dos governos, mas sim dos actores da sociedade civil e das ONGs. Muitas vozes estão envolvidas nisso. E este evento permitirá que os formuladores de políticas se reúnam com membros do mercado de trabalho e da sociedade civil para falar sobre como fortalecer as instituições e reduzir a corrupção, um importante apoio também para a Agenda 2063 da UA.
Finalmente, deixem-me encerrar mencionando o fórum de paz, segurança e governação. A ideia aqui é novamente olhar para as ligações entre instituições democráticas e governação e como elas impactam a paz e a prosperidade a longo prazo. Veremos nossos Secretários de Estado e Defesa e o Administrador da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional reunirem-se com um grupo de líderes africanos para falar sobre essas interligações.
Isso é parte do que veremos no primeiro dia. Eu só queria falar um pouco sobre isso para as pessoas. Agora, sigo em frente e devolvo a palavra para Tiffany.
MODERADORA: Obrigada, Subsecretário Scott e Conselheira Sênior Banks. Iniciaremos agora a parte de perguntas e respostas da teleconferência de hoje. Pedimos que vocês se limitem a uma pergunta relacionada ao tópico da teleconferência de hoje: a próxima Cimeira de Líderes EUA-África. Observem que a teleconferência está bem cheia, portanto, sejam gentis com outros jornalistas e façam suas perguntas o mais rapidamente possível para economizar tempo.
Nossa primeira pergunta foi recebida com antecedência. É de Mohammed Tawakel, da Etiópia. Ele trabalha para a Rede Al Jazeera. Sua pergunta é: “Qual é a visão dos Estados Unidos para o relacionamento africano-americano?”
SRA. BANKS: Obrigada, Tiffany. Acho que posso começar. Assim como mencionei em meu pronunciamento de abertura, o objectivo da cimeira está enraizada no reconhecimento de que o Continente Africano é um actor global e também ajudará a moldar o futuro, não apenas do Continente Africano, mas do mundo. Portanto, pretendemos –como temos dito desde o início do governo, desde a primeira mensagem do Presidente Biden à cimeira da União Africana no início de 2021, pretendemos nos envolver com o continente de maneira mutuamente respeitosa e que realmente destaque e fortaleça nossas prioridades compartilhadas.
Seja nos principais desafios globais ou nas prioridades regionais, na verdade, a amplitude e a profundidade das parcerias americanas com governos, empresas, sociedade civil e cidadãos africanos baseiam-se realmente em nossas parcerias baseadas no diálogo, no respeito e nesses valores compartilhados que aproveitam a engenhosidade, a criatividade e a dedicação de todos os nossos povos. Então, essa é nossa visão para a parceria EUA-África. Pretendemos – que a cimeira seja mesmo a demonstração concreta disso, muito dinâmica ao longo dos três dias que estão previstos para o evento, e onde pretendemos continuar a nos envolver de forma sustentada e intencional.
Subsecretário Scott, tem algo a acrescentar?
SCOTT: Sim, Dana. Apenas muito rapidamente. Acho que – as contribuições, parcerias e lideranças africanas, como você apontou, são essenciais hoje. Você está a olhar para o continente – que tem o crescimento populacional mais rápido, a maior área de livre comércio, o maior bloco de votação nas Nações Unidas. Assim, as questões que afectam o globo serão, em grande parte, resolvidas através do envolvimento dos governos e populações africanas. Portanto, concordo plenamente consigo.
MODERADORA: Obrigada. Nossa próxima pergunta será feita ao vivo por Haryana Veras, da Televisão Pública de Angola. Operador, pode abrir a linha, por favor?
PERGUNTA: Muito obrigada pela oportunidade. A minha primeira pergunta é na verdade um pedido de ajuda, porque eu e a minha equipa estivemos em África tentando entrevistar alguns líderes, líderes africanos que virão a Washington, e tivemos oportunidade de falar com o Presidente João Lourenço numa entrevista de uma hora, e também com o Presidente Obiang, da Guiné Equatorial. E, quando chegamos em DC, não pudemos nos registar para cobrir a cimeira. Portanto, estamos a tentar fazer o possível para também estarmos envolvidos na cobertura desta cimeira. Então, peço ajuda à organização para incluir nossa equipa na cobertura do evento.
E agora minha pergunta é: Quando falei com o Presidente Lourenço e também com o Presidente Obiang da Guiné Equatorial, notei que esses dois presidentes, e também o Gabinete do Presidente Tshisekedi, do Congo, estão muito esperançosos de que esta cimeira traga realmente resultados positivos e algo diferente aconteça na relação dos Estados Unidos com a África e na maneira como os EUA olham para o Continente Africano. Então, como esta cimeira realmente será diferente e trará um resultado positivo e forte? Esta cimeira trará esse resultado?
SRA. BANKS: Obrigada pela pergunta. Em relação ao seu primeiro comentário, vou deixar que nossos colegas do centro de imprensa facilitem o acesso às informações de credenciamento da imprensa. Se houver alguma dúvida adicional, encaminhe-a para o nosso escritório e podemos tentar ajudar.
Em termos de resultados concretos e positivos, sei que temos trabalhado muito, não apenas desde que a data foi anunciada publicamente pela Vice-Presidente Harris em Julho, mas muitos meses antes disso, fazendo várias rondas de consultas e envolvimento com várias partes interessadas de governos africanos – ao corpo diplomático africano, à sociedade civil, ao sector privado, membros da comunidade da diáspora e realmente todas as partes interessadas cujas vozes estarão presentes na agenda que foi divulgada no passado – nos últimos três dias – desculpe, que será abordada nos três dias da cimeira.
Mas definitivamente estamos – ouvimos essas vozes. Recebemos as informações e as aceitamos conforme planeiamos, não apenas sobre os tipos de anúncios que faremos na cimeira, mas também o que pretendemos fazer após a cimeira. Portanto, acho que você pode esperar alguns anúncios sobre o envolvimento sustentado em termos de acompanhamento, além de algumas das principais áreas prioritárias que o Subsecretário Scott e eu apresentamos no início da teleconferência sobre a diáspora, sobre a elevação das relações comerciais e de investimento, sobre o apoio por mais paz e segurança e sobre as questões de meio ambiente e mudança climática, assim como democracia e governação.
Portanto, percebemos que há uma grande empolgação em torno da cimeira, visto que esta é apenas a segunda cimeira realizada – a Cimeira de Líderes de África – e, portanto, realmente queremos ter certeza de que estamos a cumprir a meta.
E Subsecretário Scott, vou convidá-lo para participar se tiver mais alguma coisa.
SCOTT: Apenas muito rapidamente. Sim, obrigado, Dana, e obrigado, Hariana. Também gostaria de lembrar que haverá literalmente milhares de encontros. Obviamente, há muito foco em reuniões de chefes de Estado, chefes de delegação, e com razão. Mas ao longo dos três dias, você terá delegações inteiras – então haverá mais de 20 pessoas de muitos países vindo, ministros e líderes empresariais, sociedade civil, pessoas da indústria criativa – e eles terão reuniões por três dias inteiros. Muitos deles estão a chegar cedo e talvez fiquem também até mais tarde.
Então, acho que um dos grandes resultados será essa energia incrível que vem de milhares de reuniões individuais, seja uma reunião de negócios com um ministro do comércio, um investidor ou duas pessoas envolvidas em moda, cinema ou música trocando ideias. E acho que esse será o presente que receberemos da cimeira, algo que abrangerá tantos aspectos diferentes do nosso – do Continente Africano e dos Estados Unidos, que estão unidos e a trabalhar juntos pelo futuro. Obrigado.
Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/digital-press-briefing-with-national-security-council-senior-advisor-for-the-u-s-africa-leaders-summit-dana-banks-and-bureau-of-african-affairs-deputy-assistant-secretary-of-state-robert-scott/
Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.