Casa Branca
13 de junho de 2022
Hoje, Argentina, Brasil, Canadá, México e Estados Unidos afirmam o importante papel que nós, como grandes exportadores de insumos agrícolas, podemos desempenhar para fortalecer a segurança alimentar global. Em um momento em que quase uma em cada três pessoas em todo o mundo não tem acesso a alimentos adequados, a preços acessíveis e nutritivos, os transtornos no fornecimento interrompem ainda mais o comércio de grãos, milho, óleo de cozinha e insumos agrícolas essenciais, como sementes, fertilizantes e combustíveis refinados. Ao mesmo tempo, as mudanças climáticas têm intensificado eventos climáticos severos e os tornado mais frequentes. A mudança resultante nos padrões de precipitação em todo o mundo ameaça o rendimento das colheitas, tornando a agricultura mais desafiadora, especialmente à medida que o mundo emerge da pandemia da Covid-19. Os altos preços de energia e fertilizantes são uma restrição adicional, tornando a agricultura mais difícil de praticar de forma lucrativa e aumentando os preços mundiais dos alimentos para os consumidores, exacerbando ainda mais a insegurança alimentar global.
Nós, como grandes produtores e exportadores de alimentos e outros insumos agrícolas, afirmamos a necessidade de tomar ações de curto prazo com o objetivo de estabilizar os preços dos alimentos e maximizar de forma sustentável os rendimentos agrícolas, assim como construir sistemas alimentares globais mais resilientes, seguros e sustentáveis para o futuro. Estamos com os outros mais de 80 países que endossaram o Roteiro para a Chamada à Ação sobre Segurança Alimentar Global, divulgado na Reunião Ministerial Global de Segurança Alimentar, presidida pelos EUA e realizada nas Nações Unidas em 18 de maio, e exortamos os países que ainda não endossaram o Plano fazer isso.
Para cumprir esses objetivos, os países mencionados afirmam que planejam:
- Promover as melhores práticas visando aumentar o rendimento das colheitas, a produção agrícola e o comércio: pretendemos trabalhar com agricultores de todo o mundo para tomar medidas a fim de melhorar o rendimento das colheitas sustentáveis e aumentar a produção agrícola sustentável. Todos os países exportadores se beneficiam do uso de práticas e abordagens eficazes, incluindo: o uso de culturas de alto rendimento e sementes resistentes; dupla safra; rotação sazonal do solo; manejo integrado de pragas e doenças; produtividade de pesticidas; agricultura vertical; inovações e eficiências em fertilizantes; melhor uso de irrigação e técnicas para melhorar a pegada hídrica; práticas e tecnologias novas e inovadoras visando apoiar a agricultura sustentável; maior acesso à tecnologia de agricultura de precisão e ferramentas financeiras inovadoras, como crédito agrícola e seguro agrícola para garantir obtenção de crédito acessível; e técnicas de armazenamento inovadoras com o intuito de reduzir as perdas pós-colheita antes que as colheitas sejam vendidas nos mercados mundiais. No longo prazo, pretendemos aumentar os esforços visando apoiar a transformação de insumos agrícolas insustentáveis e sistemas alimentares para torná-los mais sustentáveis, resistentes a choques, financeira e socialmente inclusivos e acessíveis a grandes, médios e pequenos agricultores sem distinção, de acordo com as capacidades e prioridades nacionais. Os países pretendem fortalecer tanto a infraestrutura física quanto o apoio logístico à cadeia de suprimentos, e também aproveitar as inovações existentes para cultivo, armazenamento e distribuição de alimentos visando aumentar o acesso a alimentos saudáveis, nutritivos e acessíveis.
- Maximizar a oferta de alimentos e melhorar o comércio e o transporte de alimentos nos mercados globais: um fluxo estável e previsível de exportações diversas dos principais países produtores para o mercado global pode ajudar a manter a estabilidade de preços sobre o mercado de commodities. Por outro lado, o pânico com altas de preços e a escassez de produtos, o acúmulo excessivo e as interdições de exportações podem criar um ciclo vicioso que contribui para a insegurança alimentar global. Pretendemos manter ou expandir o comércio justo e aberto de commodities agrícolas, de acordo com os padrões e obrigações internacionais, e as políticas domésticas existentes. Trabalharemos com o objetivo de reduzir o apoio de maneira substancial e progressiva, resultando em uma reforma fundamental.
- Ajustar sanções, quando necessário, e trabalhar para evitar outras restrições, como interdições de exportações, para limitar o impacto no comércio de commodities agrícolas e evitar perturbações no mercado. Nosso objetivo é garantir que os regimes de sanções domésticas de nossos países não foquem inadequadamente em alimentos, e adotar todas as ações apropriadas a fim de evitar interdições de exportações e outras restrições econômicas que poderiam interferir indevidamente no livre fluxo de commodities agrícolas em todo o mundo.
- Fornecer assistência humanitária aos mais vulneráveis: países com recursos disponíveis pretendem fazer doações financeiras adicionais ou em espécie para organizações humanitárias essenciais que proporcionam assistência humanitária vital imediata, incluindo ajuda em dinheiro, suprimentos alimentares e nutricionais, programas de saúde e nutrição, água e saneamento, e proteção humanitária às populações mais vulneráveis — dentro ou fora de suas fronteiras — visando prevenir a desnutrição e a fome.
- Apoiar o aumento do acesso a fertilizantes e seus insumos (sintéticos e orgânicos), inclusive através da produção dentro dos países, como parte de seus esforços rumo à segurança alimentar. Sujeito aos recursos disponíveis, pretendemos aumentar a produção de fertilizantes, inclusive com foco no desenvolvimento de alternativas climáticas inteligentes e versáteis, juntamente com técnicas integradas de manejo do solo e eficiência de fertilizantes, como o manejo de fertilizantes 4R, para evitar escassez. O uso dessas técnicas de manejo do solo combinado com escolhas alternativas de fertilizantes é fundamental para otimizar o fornecimento global de fertilizantes e reduzir a dependência de produtores de fertilizantes de fonte única. Aumentando a concorrência entre os produtores de fertilizantes também ajudaremos a estabilizar os custos de produção nas cadeias de suprimentos e aumentar o rendimento das culturas para mercados de alimentos vulneráveis.
- Otimizar o uso de fertilizantes, aumentando a sustentabilidade dos recursos hídricos e da biodiversidade: pretendemos promover técnicas inovadoras, como a agricultura de precisão, que permitem aos agricultores otimizar o equilíbrio entre o uso de fertilizantes e água por tonelada de alimentos produzidos através de safra, estação e técnicas alternativas. Também pretendemos promover o uso de culturas e sementes de alto valor e rendimento com o objetivo de maximizar as fontes de energia renovável de culturas não alimentares, matérias-primas, formulações, usos e dados de culturas para gerenciar melhor a escassez de alimentos e outros riscos agrícolas antes de épocas cruciais de plantio, reduzir a erosão do solo e aumentar a biodiversidade sustentável.
- A insegurança alimentar é um problema global crescente que não respeita as fronteiras internacionais. Também está historicamente associada à pobreza e à instabilidade social, econômica e política. Na qualidade de países que servem como grandes exportadores de alimentos e abrigam agricultores que alimentam o mundo, é de nosso interesse e parte central de nossos valores tomar essas medidas para prevenir a fome, a desnutrição e a pobreza em todo o mundo, assim como investir em sistemas agrícolas e alimentares globais mais resilientes e inclusivos, e que apoiem o desenvolvimento rural e contribuam para a paz no mundo.
Veja o conteúdo original: https://www.whitehouse.gov/briefing-room/statements-releases/2022/06/13/summit-of-americas-agriculture-producers-declaration/
Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.