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Departamento de Estado dos Estados Unidos
Conferência Especial Online
5 de Abril de 2022

Centro Regional de Imprensa de África

Moderadora:  Boa tarde a todos do Centro Regional de Imprensa de África do Departamento de Estado dos EUA. Gostaria de dar as boas-vindas aos nossos participantes que ligam de todo o continente e agradecer a todos vós por se juntarem a esta discussão. Hoje, estamos muito satisfeitos com a presença da Embaixadora Cindy McCain, Representante Permanente da Missão dos EUA junto das Agências da ONU em Roma, e Dr. Jim Barnhart, Assistente do Administrador no Gabinete para Resiliência e Segurança Alimentar da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional. A Embaixadora McCain e o Dr. Barnhart abordarão o impacto que a contínua agressão russa na Ucrânia deverá ter na segurança alimentar em África e em todo o mundo.

Começaremos a conferência de hoje com os comentários de abertura da Embaixadora McCain e do Dr. Barnhart, depois passaremos às vossas perguntas. Tentaremos abranger o maior número possível durante a conferência.

Para aqueles que estão a ouvir em francês, podem digitar as vossas perguntas em francês no P&R. Se quiserem participar da conversa no Twitter, usem #AFHubPress e sigam-nos no Twitter @AfricaMediaHub.

Recordo que a ligação de hoje é on the record. E assim, passo a palavra à Embaixadora Cindy McCain, Representante Permanente da Missão dos EUA junto das Agências da ONU em Roma, para o seu discurso de abertura.

Embaixadora McCain:  Bem, obrigada. E gostaria de começar por agradecer ao Centro de Imprensa de África por organizar esta discussão incrivelmente importante e a Marissa Scott por nos manter no caminho certo hoje.

Desde o primeiro dia, o meu obcjetivo como Embaixadora dos EUA nas Agências da ONU em Roma tem sido colocar a segurança alimentar no centro das atenções globais. A segurança alimentar não é uma questão de segurança secundária; é a questão central. É o elo entre todos os outros grandes desafios globais que enfrentamos. A invasão russa da Ucrânia colocou isso em evidência de forma muito nítida. A guerra sem provocação e injustificada de Putin contra a Ucrânia desencadeou uma crise humanitária de longo alcance. Estamos a ver milhões de refugiados ucranianos desesperados fugindo do vizinho – fugindo para países vizinhos, o aumento vertiginoso dos preços de alimentos e fertilizantes em todo o mundo e escassez crítica de grãos em alguns dos países mais pobres.

As organizações e parceiros da ONU estão a fazer o que fazem melhor: responder a esta crise e salvar vidas. Estive no terreno na semana passada na Polónia, perto da fronteira, e visitei o armazém do Programa Alimentar Mundial, onde se organizam e distribuem mantimentos para salvar vidas nas áreas mais carenciadas. Também parei no centro de acolhimento de refugiados, que serve como uma paragem de curto prazo para os refugiados enquanto eles seguem para áreas mais seguras. É essencial que todos continuemos a angariar apoio para este trabalho que salva vidas.

Mas eu estaria a ser negligente no meu papel como Embaixadora dos EUA na ONU em Roma se não soasse o alarme sobre a ameaça mais ampla que a guerra de escolha de Putin representa para os nossos sistemas alimentares globais. O Seecretário Geral de Segurança[1] da ONU Guterres disse-o da melhor forma: a Rússia está a bombardear uma das maiores cestas de pão do mundo. Quarenta por cento das exportações de trigo e milho da Ucrânia vão para o Médio Oriente e África, que já sofrem com a fome. A própria Ucrânia foi uma importante fonte de trigo para o Programa Mundial de Alimentos. O PAM alimenta 138 milhões de pessoas em mais de 80 países, incluindo Etiópia, Sudão do Sul e Nigéria. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação estima que mais de 13 milhões de pessoas em todo o mundo serão empurradas para a insegurança alimentar como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia.

A verdade é que a guerra de Putin nos obriga a tirar dos que têm fome para alimentar os famintos. Enquanto a Rússia continuar esta campanha brutal, pessoas inocentes vão pagar o preço. Estive recentemente no Quénia e em Madagascar e vi em primeira mão algumas comunidades extremamente vulneráveis que sofrerão ainda mais por causa da guerra de Putin.

Como o Administrador Adjunto Jim Barnhart vos dirá, os Estados Unidos estão muito focados em mitigar os efeitos deste conflito e outros choques no sistema alimentar. Como governo, investimos fortemente em programas de fortalecimento da resiliência e comprometemo-nos a fornecer mais de US$ 11 mil miliões nos próximos cinco anos para atender às necessidades de segurança alimentar e nutrição em todo o mundo. Mas a Rússia por si só pode parar esta catástrofe global que enfrentamos e que – e que também está a fazer sentir-se no continente africano e não só.

Obrigada, Marissa, por me receber. Estou ansiosa para continuar esta conversa com os jornalistas virtualmente.

Moderadora:  Obrigada. Dr. Barnhart, a palavra é sua.

Dr. Barnhart:  Bem, bom dia, boa tarde a todos, e obrigado, Centro de Imprensa de África e Marissa. E Embaixadora McCain, é uma honra dividir o palco virtual consigo, e tiro o meu chapéu à sua liderança firme em Roma, trabalhando todos os dias para melhorar a vida dos outros.

Acabei de regressar do continente, do Continente Africano, onde visitei alguns trabalhos importantes que a USAID está a fazer no Senegal e no Níger focados, como a Embaixadora observou, na resiliência e na segurança alimentar, e enfrenta grandes choques como a guerra na Ucrânia.

A invasão sem provocação e injustificada de Putin da Ucrânia não apenas ameaça a vida e os meios de subsistência dos ucranianos comuns, mas já está a ter um impacto substancial no suprimento global de alimentos, como observou a Embaixadora. Com a Rússia e a Ucrânia como principais fornecedores das exportações mundiais e produtos agrícolas, como fertilizantes, os efeitos da guerra de Putin terão repercussão nos próximos anos.

Antes de a Rússia invadir a Ucrânia, o contexto de segurança alimentar já era preocupante devido aos impactos duradouros do COVID-19, às emergências humanitárias em andamento, altos preços globais de alimentos e altos preços de fertilizantes. A redução de alimentos e suprimentos e os subsequentes aumentos de preços desses produtos dificultam o acesso dos agricultores da Zâmbia aos produtos de que precisam para plantar as suas colheitas e que as famílias no Malawi comprem alimentos nutritivos para os seus filhos.

Portanto, se não forem mitigados, esses aumentos de preços podem resultar em aumentos significativos na pobreza global, fome e desnutrição, particularmente em regiões como a África Subsahariana. E desde a última crise alimentar global em 2007 e 2008, vimos o efeito desestabilizador que isso pode ter na ordem internacional. Nessa altura, distúrbios alimentares ocorreram em pelo menos 14 países africanos. E mesmo com a liberação das reservas de grãos ou a cessação das hostilidades, os impactos persistirão. Haverá efeitos irreversíveis na produção de alimentos, pois os agricultores não têm recursos e suprimentos para plantar as suas colheitas de primavera e verão.

Mas há muito que podemos fazer. Após os picos dos preços dos alimentos em 2008, o Presidente Obama lançou a iniciativa Feed the Future (Alimentar o Futuro) do Governo dos EUA, e trouxe a engenhosidade americana para investir a longo prazo em sistemas alimentares sustentáveis. A Feed the Future e os seus parceiros estão a trabalhar para fortalecer a resiliência, sistemas alimentares, investimentos agrícolas e nutrição aprimorada, que são fundamentais para o nosso objec tivo de longo prazo de melhorar o bem-estar das famílias.

Trabalhamos para fortalecer os sistemas que obtêm sementes resistentes a doenças e pragas e tolerantes à seca para pequenos agricultores em África, na Ásia e América Latina. Trabalhamos para obter tecnologias que melhorem a saúde do solo, reduzam a perda de alimentos e aumentem a produtividade agrícola para as áreas que mais precisam. Melhoramos o acesso das pessoas a dietas de maior qualidade e alimentos mais seguros. E vemos que essas abordagens resultam em agricultores a obter mais da terra que cultivam, maior disponibilidade de alimentos e expansão das oportunidades nos mercados locais.

Portanto, um grama de prevenção vale um quilo de cura: a experiência mostrou que 1 dólar investido em esforços de resiliência, como os que acabei de mencionar, pode economizar até 3 dólares em assistência humanitária no futuro. Portanto, tudo isso ajuda a garantir que grandes choques como o COVID-19, as mudanças climáticas e os conflitos não façam com que as famílias voltem à pobreza e à desnutrição, mas sejam capazes de permanecer resilientes.

Assim, estou ansioso por voltar a trabalhar com a comunidade internacional para proteger os mais vulneráveis no mundo da duradoura insegurança provocada pela guerra de Putin.

Obrigado, Marissa, e aguardo as perguntas.

*************************

Moderadora:  Obrigada. Estamos a ficar sem tempo. Temos ainda alguns minutos, e espero que os nossos oradores possam ficar connosco por mais um pouco. Esta pergunta vem de Pamela Machado da Zitamar News de Londres, e a pergunta dela é sobre Moçambique. A questão é: “Como podemos esperar que este conflito afecte Moçambique e as comunidades vulneráveis do país mais especificamente, um país que também sofre de insegurança alimentar, considerando que Moçambique já sofria de insegurança alimentar decorrente das alterações climáticas? Existem programas que a USAID tenha em Moçambique que possam afectar isto?

Se pudermos ouvir a resposta da sua parte, Dr. Barnhart, e depois da senhora, Embaixadora McCain, se houver algo que queira acrescentar.

Dr. Barnhart:  Claro. Não tenho aqui o nosso programa de Moçambique para a USAID. Sei que temos uma missão robusta da USAID lá, e sei que o Governo dos EUA tem uma forte presença lá e vê Moçambique como um excelente parceiro em toda uma variedade de sectores, desde agricultura e crescimento económico até educação e saúde, claro.

Portanto, não posso falar sobre os programas da missão porque não tenho essa informação comigo, mas posso dizer que tenho certeza de que a – a missão – a maneira como operamos é que desenvolvemos os nossos programas de cinco anos em coordenação directa e sob a liderança dos nossos parceiros do país anfitrião. E assim, quaisquer que sejam os programas que o Governo dos EUA apoie através da USAID em Moçambique, esse tem sido basicamente liderado pelo Governo de Moçambique e pela sociedade civil e consultas do sector privado para abordar os desafios de desenvolvimento mais prementes que o país enfrenta para ajudar, mais uma vez, a apoiar nas crises, mas também a transformar e continuar a melhorar a vida da população.

Embaixadora McCain:  O Jim falou muito bem. Temos parcerias extraordinárias. As nossas agências da ONU têm grandes parceiros no terreno em Moçambique e em toda a África para fazer – fazer exactamente esse tipo de coisa, trabalhar em conjunto com os países mencionados e também olhar para o futuro e como podemos resolver esses problemas ou pelo menos mitigá-los a curto prazo.

Mas as parcerias, as parcerias público-privadas também, são muito, muito importantes para o que – o tipo de trabalho que a USAID faz e o tipo de trabalho que as nossas outras agências da ONU também fazem. Estou muito orgulhosa do que – do trabalho que fazem.


Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/digital-press-briefing-on-the-russian-invasion-of-ukraine-and-its-impact-on-food-security-in-africa-and-beyond/?utm_medium=email&utm_source=govdelivery

Esta tradução é oferecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.

[1] Secretário Geral Guterres

U.S. Department of State

The Lessons of 1989: Freedom and Our Future