Tel Aviv, Israel
12h06 — horário de verão de Israel
PRESIDENTE: Boa tarde. Por favor, sentem-se. Venho a Israel com uma única mensagem: vocês não estão sozinhos. Vocês não estão sozinhos.
Enquanto os Estados Unidos apoiarem — e apoiaremos para sempre — não deixaremos que vocês fiquem sozinhos.
Mais importante ainda, sei que o recente ataque terrorista ao povo desta nação deixou uma ferida muito profunda.
Mais de 1.300 israelenses inocentes mortos, incluindo pelo menos 31 cidadãos americanos, pelo grupo terrorista Hamas.
Centenas — centenas de jovens em um festival de música — o festival era pela paz — pela paz — foram mortos a tiro enquanto corriam para salvar suas vidas.
Dezenas de inocentes — desde crianças até avós idosos, israelenses e americanos — feitos reféns.
Crianças massacradas. Bebês massacrados. Famílias inteiras massacradas.
Estupros, decapitações, corpos queimados vivos.
O Hamas cometeu atrocidades que lembram as piores devastações do Estado Islâmico, liberando o mal puro e não adulterado sobre o mundo.
Não há como racionalizar isso, nem desculpar isso. Ponto final.
A brutalidade que vimos teria sido um golpe profundo em qualquer parte do mundo, mas é mais profundo aqui em Israel.
O dia 7 de outubro, que era um feriado sagrado judaico, se tornou o dia mais mortal para o povo judeu desde o Holocausto. Trouxe à tona memórias dolorosas e cicatrizes deixadas por milênios de antissemitismo contra o povo judeu e genocídio desse povo.
O mundo assistiu à época, e sabia, e o mundo não fez nada. Não ficaremos parados e não ficaremos inertes novamente. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca.
Para aqueles que vivem no limbo, esperando desesperadamente a fim de saber o destino dos entes queridos, especialmente para as famílias dos reféns: vocês não estão sozinhos.
Estamos trabalhando com parceiros em toda a região, procurando todos os meios visando levar de volta para casa aqueles que estão mantidos em cativeiro pelo Hamas.
Não posso falar publicamente sobre todos os detalhes, mas garanto a vocês: para mim, como presidente americano, não há maior prioridade do que a libertação e o regresso seguro de todos esses reféns.
Para aqueles que estão sofrendo por causa de um filho, um pai, um cônjuge, um irmão, um amigo, eu sei que vocês se sentem como se houvesse aquele buraco negro no meio do peito. Vocês se sentem como se estivessem sendo sugados por isso.
O remorso do sobrevivente, a raiva, as questões de fé em sua alma.
Olhando fixamente para aquela cadeira vazia, observando Shiva. O primeiro sábado sem eles.
São as coisas do dia a dia — as pequenas coisas das quais você mais sente falta.
O cheiro quando você abre a porta do armário. O café da manhã que vocês compartilharam.
O sorriso maroto dele, o tom perfeito da risada dela, a risada de seu menininho — o bebê.
Para aqueles que perderam entes queridos, isto é o que eu sei: eles nunca vão embora de verdade. Há algo que nunca se perde totalmente: seu amor por eles e o amor deles por vocês.
E eu prometo a vocês, alguns dias vocês estarão caminhando e dirão: “O que ela ou ele gostaria que eu fizesse?” Vocês sorrirão ao passar por um lugar que o façam lembrar deles. É quando vocês sabem — quando um sorriso surge em seus lábios antes de uma lágrima brotar em seus olhos — é quando vocês sabem que vão conseguir.
É isso que lhes dará a coragem para encontrar luz nas horas mais sombrias, quando os terroristas acreditavam que poderiam derrubar — derrubar vocês, subjugá-los, romper sua determinação. Mas nunca o fizeram e nunca o farão.
Em vez disso, vimos histórias incríveis de heroísmo e coragem de israelenses cuidando uns dos outros.
Vizinhos formando grupos de vigilância a fim de proteger seu kibutz, abrindo suas casas com o intuito de abrigar sobreviventes.
Soldados aposentados correndo perigo mais uma vez.
Médicos civis voando em missões de resgate. E médicos de folga no festival de música cuidando dos feridos antes de se tornarem eles próprios vítimas.
Voluntários recuperando cadáveres para que as famílias pudessem enterrar seus entes queridos de acordo com a tradição judaica.
Reservistas deixando para trás suas famílias, suas luas de mel, seus estudos no exterior sem hesitação.
E muito mais.
O Estado de Israel nasceu para ser um lugar seguro para o povo judeu do mundo. É por isso que nasceu. Há muito que digo: se Israel não existisse, teríamos de inventá-lo.
E embora possa não parecer assim hoje, Israel deve voltar a ser um lugar seguro para o povo judeu. E prometo a vocês: faremos tudo ao nosso alcance com o objetivo de garantir que isso aconteça.
Há setenta e cinco anos, apenas 11 minutos após sua fundação, o presidente Harry S. Truman e os Estados Unidos da América se tornaram a primeira nação a reconhecer Israel. Temos estado a seu lado desde então e vamos ficar a seu lado agora.
Meu governo tem estado em contato estreito com sua liderança desde os primeiros momentos desse ataque, e vamos garantir que vocês tenham o que precisam para proteger seu povo, para defender sua nação.
Durante décadas, garantimos a vantagem militar qualitativa de Israel. E no final desta semana, pedirei ao Congresso dos Estados Unidos um pacote de apoio sem precedentes para a defesa de Israel.
Manteremos a Cúpula de Ferro totalmente abastecida a fim de que possa continuar de sentinela nos céus israelenses, salvando vidas israelenses.
Transferimos ativos militares dos EUA para a região, incluindo o posicionamento do grupo de ataque do porta-aviões USS Ford no Mediterrâneo Oriental, com o USS Eisenhower a caminho, visando suspender novas agressões contra Israel e evitar que este conflito se espalhe.
O mundo saberá que Israel está mais forte do que nunca.
E minha mensagem para qualquer Estado ou qualquer outro ator hostil que pense em atacar Israel continua a mesma de há uma semana: Não o façam. Não o façam. Não o façam.
Desde que esse ataque ocorreu, temos visto que foi descrito como o 11 de Setembro de Israel. Mas para uma nação do tamanho de Israel, equivale a quinze 11 de Setembros. A escala pode ser diferente, mas tenho certeza de que esses horrores atingiram algum tipo de sentimento primordial em Israel, assim como aconteceu e foi sentido nos Estados Unidos.
Choque, dor, raiva — uma raiva que tudo consome. Eu entendo, e muitos americanos entendem.
Vocês não podem olhar para o que aconteceu aqui com suas mães, seus pais, seus avós, filhos, filhas, crianças — até mesmo bebês — e não clamar por justiça. A justiça deve ser feita.
Mas eu aviso: enquanto vocês sentirem essa raiva, não se deixem consumir por ela.
Depois do 11 de Setembro, ficamos enfurecidos nos Estados Unidos. E embora buscássemos justiça e obtivéssemos justiça, também cometemos erros.
Sou o primeiro presidente dos EUA a visitar Israel em tempo de guerra.
Tenho adotado decisões em tempo de guerra. Sei que as escolhas nunca são claras ou fáceis para a liderança. Sempre há custos.
Mas isso requer ser deliberado. Requer fazer perguntas muito difíceis. Requer clareza sobre os objetivos e uma avaliação honesta sobre se o caminho que você está trilhando alcançará esses objetivos.
A grande maioria de palestinos não é do Hamas. O Hamas não representa o povo palestino.
O Hamas usa famílias inocentes em Gaza como escudos humanos, colocando seus centros de comando, suas armas e seus túneis de comunicação em áreas residenciais.
O povo palestino está sofrendo muito também. Lamentamos a perda de vidas palestinas inocentes. Como o mundo inteiro, fiquei indignado e entristecido pela enorme perda de vidas ontem no hospital de Gaza.
Com base na informação que temos visto até hoje, parece ser o resultado de um foguete disparado por um grupo terrorista em Gaza.
Os Estados Unidos defendem inequivocamente a proteção de vidas civis durante conflitos, e eu lamento — realmente lamento pelas famílias que foram mortas ou feridas por essa tragédia.
O povo de Gaza precisa de comida, água, medicamentos e abrigo.
Hoje, pedi ao Gabinete israelense — com quem me reuni por algum tempo esta manhã — para concordar com a entrega de assistência humanitária vital para civis em Gaza. Com base no entendimento de que haverá inspeções e de que a ajuda deve ir para civis, e não para o Hamas, Israel concordou que a assistência humanitária pode começar a ser transferida do Egito para Gaza.
Vou ser claro: se o Hamas desviar ou roubar a assistência, ele terá demonstrado mais uma vez que não se preocupa com o bem-estar do povo palestino e isso acabará. Em termos práticos, isso impedirá que a comunidade internacional forneça essa ajuda.
Estamos trabalhando em estreita colaboração com o governo do Egito; as Nações Unidas e suas agências, como o Programa Mundial de Alimentação; e outros parceiros da região a fim de fazer com que caminhões atravessem a fronteira o mais rapidamente possível.
Separadamente, pedi a Israel que a comunidade global exigisse que a Cruz Vermelha Internacional pudesse visitar os reféns. Acabei de exigir que os Estados Unidos o façam plenamente — uma exigência justa que os Estados Unidos apoiam totalmente.
Hoje, estou anunciando também US$ 100 milhões em novo financiamento dos EUA para assistência humanitária tanto em Gaza como na Cisjordânia. Esse dinheiro vai apoiar mais de 1 milhão de palestinos deslocados e afetados pelo conflito, incluindo necessidades emergenciais em Gaza.
Vocês são um Estado judeu. Vocês são um Estado judeu, mas também são uma democracia. E, assim como os Estados Unidos, vocês não vivem de acordo com as regras de terroristas. Vocês vivem de acordo com o Estado de Direito. E quando conflitos surgem, vocês vivem de acordo com a lei das guerras.
O que nos diferencia dos terroristas é que acreditamos na dignidade fundamental de cada vida humana — israelense, palestina, árabe, judia, muçulmana, cristã — de todos.
Vocês não podem desistir do que faz de vocês quem vocês são. Se desistirem disso, os terroristas vencerão. E nunca podemos deixá-los vencer.
Vocês sabem, Israel é um milagre — um triunfo de fé, determinação e resiliência sobre dores e perdas impossíveis.
Pensem no dia 7 de outubro — o feriado judaico em que vocês leem a respeito da morte de Moisés. Uma história trágica de uma perda profunda para toda uma nação. Uma morte que poderia ter deixado uma desesperança no coração de toda uma nação.
Mas, embora Moisés tenha morrido, sua memória, sua mensagem e suas lições perduram por gerações do povo judeu e de muitos outros, assim como a memória de seus entes queridos também perdurará.
Depois de ler a história da morte de Moisés, aqueles que observam o feriado começam a ler a Torá desde o início. A história da criação nos lembra duas coisas. Primeiro, que quando somos derrubados, nos levantamos novamente e começamos de novo. E segundo, quando enfrentamos tragédias e perdas, devemos voltar ao início e lembrar quem somos.
Somos todos seres humanos criados à imagem de Deus com dignidade, humanidade e propósito. Na escuridão, ser a luz para o mundo é nosso propósito.
Vocês inspiram esperança e luz para muitas pessoas em todo o mundo. É isso que os terroristas querem destruir. É isso que eles procuram destruir, mas — porque vivem na escuridão — mas não vocês, não Israel.
Nações com consciência, como os Estados Unidos e Israel, não são medidas apenas pelo exemplo de seu poder. Somos medidos pelo poder de nosso exemplo.
É por isso que, por mais difícil que seja, devemos continuar a perseguir a paz. Devemos continuar a seguir um caminho para que Israel e o povo palestino possam viver em segurança, em segurança, com dignidade e em paz.
Para mim, isso significa uma solução de dois Estados.
Devemos continuar a trabalhar em prol de uma maior integração de Israel com seus vizinhos. Esses ataques apenas reforçaram meu compromisso e determinação, e minha vontade de realizar isso.
Estou aqui para lhes dizer que terroristas não vencerão. A liberdade vencerá.
Então, permitam-me terminar onde comecei. Israel, você não está sozinho. Os Estados Unidos estão com você.
Já contei esta história antes e vou contá-la novamente sobre meu primeiro encontro com uma primeira-ministra israelense há 50 anos, quando eu era um jovem senador. Eu estava sentado em frente à Golda Meir à sua mesa, em seu escritório. E ela tinha um sujeito chamado — um sujeito que mais tarde se tornou primeiro-ministro — sentado ao meu lado, pouco antes da Guerra do Yom Kippur de 1973.
E ela virava os mapas para cima e para baixo, dizendo-me como as coisas estavam ruins e terríveis. De repente, ela olhou para mim e disse: “Você gostaria de tirar uma foto?”
Olhei para ela, que se levantou da mesa e foi até o corredor — acho que o piso era de mármore — e foi até o corredor.
Saímos e havia um monte de fotógrafos na nossa frente. Estávamos ombro a ombro.
Sem que ela olhasse para mim, ela me disse, sabendo que eu a ouviria: “Por que você parece tão preocupado, senador Biden?” E eu disse: “Preocupado?” Tipo, “Claro, estou preocupado”. E ela olhou para mim e — ela não olhou, ela disse: “Não se preocupe, senador, nós, israelenses, temos uma arma secreta: não temos outro lugar para ir.”
Bem, hoje digo a todo Israel: os Estados Unidos também não vão a lugar nenhum. Nós vamos permanecer a seu lado. Caminharemos a seu lado nestes dias sombrios e caminharemos a seu lado nos dias bons que virão. E eles virão.
Como vocês dizem em hebraico, o que não vou tentar fazer porque sou péssimo linguista, vou dizer em inglês: “The people of Israel live” (O povo de Israel vive). “O povo de Israel vive.”
Israel será um Estado seguro, protegido, judeu e democrático hoje, amanhã e sempre.
Que Deus proteja todos aqueles que trabalham pela paz. Que Deus salve aqueles que ainda estão em perigo.
Muito obrigado.
17h22 — horário de verão de Israel
Veja o conteúdo original: https://www.whitehouse.gov/briefing-room/speeches-remarks/2023/10/18/remarks-by-president-biden-on-the-october-7th-terrorist-attacks-and-the-resilience-of-the-state-of-israel-and-its-people-tel-aviv-israel/
Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.