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Departamento de Estado dos EUA
Secretário de Estado, Antony J. Blinken
3 de março de 2021
Pronunciamento

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Quando o presidente Biden me convidou para servir, ele garantiu que eu entendesse que meu trabalho é apresentar resultados a vocês — tornar suas vidas mais seguras, criar oportunidades para vocês e suas famílias, e enfrentar as crises globais que estão cada vez mais moldando seu futuro.

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Ainda hoje, o presidente Biden vai compartilhar o que é chamado de “orientação estratégica provisória” sobre nossa segurança nacional e política externa. A orientação fornece uma orientação inicial para nossas agências de segurança nacional a fim de que possam começar a trabalhar imediatamente enquanto continuamos desenvolvendo uma estratégia de segurança nacional mais aprofundada nos próximos meses. A orientação provisória descreve o cenário global da maneira que o governo Biden o vê, explica as prioridades de nossa política externa — e como vamos renovar os pontos fortes dos Estados Unidos visando enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de nosso tempo.

Portanto, em meu primeiro grande discurso como secretário, vou explicar como a diplomacia americana executará a estratégia do presidente.

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Definimos as prioridades da política externa para o governo Biden fazendo algumas perguntas simples: O que nossa política externa significará para os trabalhadores americanos e suas famílias? O que precisamos fazer ao redor do mundo para nos tornar mais fortes no âmbito interno? E o que precisamos fazer internamente para nos fortalecer no mundo?

As respostas a essas perguntas não são as mesmas de 2017 ou 2009. Sim, muitos de nós servindo no governo Biden também servimos com orgulho ao presidente Obama, incluindo o presidente Biden. E realizamos um grande e excelente trabalho com o intuito de restaurar a liderança dos Estados Unidos no mundo e alcançar avanços diplomáticos duramente conquistados, como o acordo que impediu o Irã de produzir uma arma nuclear e unir o mundo para enfrentar as mudanças climáticas. Nossa política externa se ajusta ao momento, como qualquer boa política externa deve fazer. Mas este é um momento diferente; portanto, nossa estratégia e abordagem são diferentes. Não estamos simplesmente retomando de onde paramos, como se os últimos quatro anos não tivessem acontecido. Estamos olhando para o mundo com novos olhos.

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(…) A liderança e o engajamento americanos são importantes. Estamos ouvindo isso agora de nossos amigos. Eles estão felizes por estarmos de volta. Quer gostemos ou não, o mundo não se organiza por si só. Quando os EUA recuam, uma de duas coisas geralmente acontece: ou outro país tenta tomar nosso lugar, mas não de uma forma que promova nossos interesses e valores. Ou, talvez tão ruim quanto, ninguém se prontifica — e então temos o caos e todos os perigos que ele gera. De qualquer forma, isso não é bom para os Estados Unidos.

Outro princípio duradouro é que precisamos que os países cooperem, agora mais do que nunca. Nenhum desafio global que afete suas vidas pode ser enfrentado por qualquer nação agindo sozinha — nem mesmo uma tão poderosa quanto os Estados Unidos. E não há muro alto ou forte o suficiente para conter as mudanças que estão transformando nosso mundo.

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O presidente Biden se comprometeu a liderar com diplomacia, porque é a melhor maneira de lidar com os desafios de hoje. Concomitantemente, garantiremos que continuaremos a ter as Forças Armadas mais poderosas do mundo. Nossa capacidade de sermos diplomatas eficazes depende em grande medida do poder de nossas forças militares.

E em tudo o que fizermos, procuraremos não apenas realizar avanços em problemas de curto prazo, mas também abordar suas causas principais e estabelecer as bases para nossa força de longo prazo. Como diz o presidente, não apenas reconstruir, mas reconstruir melhor.

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Em primeiro lugar, conteremos a Covid-19 e fortaleceremos a segurança sanitária global.

A pandemia tem definido nossas vidas há mais de um ano. Para derrotá-la, precisamos de governos, cientistas, empresas e comunidades em todo o mundo trabalhando juntos. Nenhum de nós estará totalmente seguro até que a maior parte do mundo esteja imune, porque, enquanto o vírus estiver se reproduzindo, ele pode se transformar em novas cepas que encontrarão seu caminho de volta para os Estados Unidos. Portanto, precisamos trabalhar em estreita colaboração com os parceiros a fim de manter o esforço global de vacinação em andamento.

Ao mesmo tempo, precisamos ter certeza de que aprendemos as lições certas e fazemos os investimentos certos na segurança da saúde global — incluindo ferramentas para prever, prevenir e pôr fim a pandemias, e um firme compromisso global de compartilhar informações precisas e oportunas — a fim de que crises como esta nunca mais aconteçam.

Em segundo lugar, reverteremos a crise econômica e construiremos uma economia global mais estável e inclusiva.

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Precisamos aprovar as políticas certas internamente, como o pacote de ajuda emergencial para qual o presidente está se empenhando arduamente agora, enquanto trabalhamos para administrar a economia global a fim de que ela realmente beneficie o povo americano. E com isso, não me refiro apenas a um PIB maior ou a um mercado de ações em alta; para muitas famílias americanas, essas medidas não significam muito. Quero dizer bons empregos, boa renda e custos domésticos mais baixos para trabalhadores americanos e suas famílias.

Estamos dando continuidade a duras lições aprendidas. Alguns de nós anteriormente defendemos acordos de livre comércio porque acreditávamos que os americanos compartilhariam amplamente os ganhos econômicos e que esses acordos moldariam a economia global da maneira que desejávamos. Tínhamos bons motivos para imaginar essas coisas. Mas não fizemos o suficiente para entender quem seria afetado negativamente e o que seria necessário para compensar seu sofrimento ou para fazer cumprir acordos que já estavam em vigor ou ajudar mais trabalhadores e pequenas empresas a se beneficiarem totalmente deles.

Nossa abordagem agora será diferente. Lutaremos por todos os empregos americanos e pelos direitos, proteções e interesses de todos os trabalhadores americanos. Usaremos todas as ferramentas com o objetivo de impedir que países roubem nossa propriedade intelectual ou manipulem suas moedas visando obter uma vantagem injusta. Vamos lutar contra a corrupção, que dificulta as coisas para nós. E nossas políticas comerciais precisarão responder muito claramente a como aumentarão a classe média americana, criarão novos e melhores empregos, e beneficiarão todos os americanos — não apenas aqueles para quem a economia já está beneficiando.

Em terceiro lugar, vamos renovar a democracia porque está sob ameaça

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Quanto mais nós e todas as democracias pudermos mostrar ao mundo que conseguimos apresentar resultados — não apenas para nosso povo, mas também uns para os outros — mais podemos refutar a mentira que países autoritários adoram contar — que é a melhor maneira de atender às necessidades e esperanças fundamentais das pessoas. Cabe a nós provar que eles estão errados.

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Usaremos o poder de nosso exemplo. Incentivaremos outros a fazer reformas importantes, anular leis ruins, combater a corrupção e impedir práticas injustas. Vamos incentivar o comportamento democrático.

Mas não promoveremos a democracia por meio de intervenções militares caras ou tentando derrubar regimes autoritários pela força. Já tentamos essas táticas no passado. Por mais bem-intencionadas que sejam, não funcionaram. Elas deram má fama à “promoção da democracia” e perderam a confiança do povo americano. Faremos as coisas de maneira diferente.

Em quarto lugar, trabalharemos para criar um sistema de imigração humano e eficaz.

Fronteiras fortes são fundamentais para nossa segurança nacional e as leis são a base de nossa democracia.

Mas também precisamos de uma solução diplomática — e simplesmente decente — para o fato de que, ano após ano, pessoas de outros países arriscam tudo para tentar chegar aqui. E, portanto, trabalharemos em estreita colaboração com outros países — especialmente nossos vizinhos na América Central — visando encontrar soluções reais para a crise, levar estabilidade para a região e construir uma prosperidade compartilhada, a fim de que as pessoas não sintam que migrar é a única maneira de proporcionar a seus filhos uma vida melhor.

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Uma das peças mais importantes da nossa identidade nacional é que somos um país de imigrantes. Nós nos afastamos dessa parte de nós mesmos nos últimos anos. Temos de retornar.

Em quinto lugar, vamos revitalizar nossos laços com nossos aliados e parceiros.

Nossas alianças são o que os militares chamam de “multiplicadores de força”. São nosso ativo singular. Portanto, estamos fazendo um grande esforço agora com o objetivo de nos reconectarmos com nossos amigos e aliados — e reinventar parcerias que foram construídas anos atrás, para que sejam adequadas aos desafios de hoje e de amanhã.

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Teremos clareza de que a verdadeira parceria significa carregar fardos juntos — todos fazendo sua parte, não apenas nós.

Em sexto lugar, enfrentaremos a crise climática e promoveremos uma revolução energética verde.

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A crise climática está colocando todos nós em perigo e nos custando mais a cada mês, e não podemos consertá-la sozinhos. Os Estados Unidos produzem 15% da poluição de carbono do mundo — o que é muito, e precisamos urgentemente reduzir esse número. Mas mesmo se o reduzíssemos a zero, não resolveríamos a crise, porque o restante do mundo está produzindo os outros 85%. Essa é a definição de um problema que precisamos trabalhar juntos — como uma comunidade de nações — em prol de uma resolução.

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E, ao mesmo tempo, devemos posicionar os Estados Unidos para prosperar e liderar no crescente mercado global de energia renovável. Eólica e solar são as fontes de geração de eletricidade mais baratas do mundo hoje. Não são mais as indústrias do futuro — o futuro é agora. E outros países estão à nossa frente. Precisamos reverter isso e criar milhões de empregos bem remunerados em energias renováveis para os americanos.

Em sétimo lugar, garantiremos nossa liderança em tecnologia.

Uma revolução tecnológica global está em andamento. As principais potências mundiais estão correndo para desenvolver e implantar novas tecnologias, como inteligência artificial e computação quântica, que podem moldar tudo em nossas vidas, desde onde obtemos energia, como fazemos nosso trabalho, a como as guerras são travadas.

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Mas sabemos que novas tecnologias não são automaticamente benéficas — e que aqueles que as usam nem sempre são motivados por boas intenções. Precisamos garantir que novas tecnologias protejam sua privacidade, tornem o mundo mais seguro e saudável, e tornem as democracias mais resistentes.

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Ao mesmo tempo, devemos fortalecer nossas defesas tecnológicas e forças dissuasórias. Precisamos apenas olhar para SolarWinds — o maior hack das redes governamentais dos EUA no ano passado — para ver como nossos adversários estão determinados a usar a tecnologia para nos prejudicar.

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E em oitavo lugar, administraremos o maior teste geopolítico do século 21: nossa relação com a China.

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A China é o único país com poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para desafiar seriamente o sistema internacional estável e aberto — todas as regras, os valores e as relações que fazem o mundo funcionar da maneira que desejamos.

Nossa relação com a China será competitiva quando deve ser, colaborativa quando possível e adversária quando tiver de ser. E vamos envolver a China a partir de uma posição de força.

Isso requer trabalhar com aliados e parceiros, e não conspurcá-los. Requer envolvimento em diplomacia e em organizações internacionais, porque onde recuamos, a China preencheu [o vazio]. Isso requer defender nossos valores quando os direitos humanos são violados em Xianjing ou quando a democracia é pisoteada em Hong Kong, porque se não o fizermos, a China agirá com ainda maior impunidade. E isso significa investir em trabalhadores, empresas e tecnologias americanos, e insistir em igualdade de condições, porque, quando o fizermos, podemos superar qualquer um.

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Essas prioridades são todas simultaneamente questões internas e externas. E temos de abordá-las dessa forma, ou ficaremos aquém.

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Mais do que em qualquer outro momento da minha carreira — talvez durante a minha vida — as distinções entre política “interna” e “externa” desapareceram. Nossa renovação em âmbito interno e nossa força no mundo estão completamente entrelaçadas. E a forma como trabalhamos vai refletir essa realidade.


Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/a-foreign-policy-for-the-american-people/

Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial.

U.S. Department of State

The Lessons of 1989: Freedom and Our Future